Tanto por fazer….

Desaparecida, ausente daqui, mas sempre a querer fazer mais coisas que as horas do dia me permitem.

Por vezes tenho aquele sentimento frustração de não conseguir fazer todo o que gostaria…que o dia não estica. 

Afinal ser mãe de 3 filhos, com um emprego assim não tão perto de casa,  não é assim tão fácil, mas o truque é Viver Devagar! que tenho aperfeiçoado com o livro da Maria.  

Este conceito é tão poderoso, que até se tornou numa plataforma coloborativa slower, para que todos possamos contribuir e colaborar e partilhar ideias sobre o estilo vida mais sustentável.

A urgência de medidas extremas estão presentes todos os dias, a sensação que temos de agir já, é mais evidente. As cheias, incêndios, ondas calor e de frio fora de época, começaram a chegar ao nosso cantinho. Agora sentimos na pele que de facto as alterações climatéricas estão a acontecer, são uma tragedia e influênciam as nossas  vidas.

Todos os dias tenho contacto com mais pessoas envolvidas, interessadas em fazer a diferença, isso dá-me esperança. Afinal se fizermos pelo menos um gesto por dia, juntos faremos a diferença.

Há inúmeros grupos que se organizam para recolher lixo, ajudar quem precisa, basta estar atenta e aderir. Domingo, vou participar na recolha lixo em Cascais “agarra o lixo, liberta o mar“, iniciando um ciclo de iniciativas que podem fazer diferença 😉 

Ainda usa garrafas água de plastico, palhinhas, ou copos plastico? Está na hora de tomar uma atitude 

Eco genial!

Fui a um encontro que uma amiga organizou, uma noite Eco-lógica onde se falou de muitas iniciativas e medidas para nos ajudar a um dia-a-dia mais consciente e ecológico.

Aprendi imensas coisas, e lembrei-me de outras que já tinha tentando e por algumas razões desisti, como o copo menstrual e as fraldas reutilizáveis.


Com nascimento minha filha mais velha, há quase 7 anos atrás, investi nas ditas fraldas, mas a viver nos Açores com um índice humidade acima dos 70%, em que a roupa teimava em não secar, acabei de me deixar de ideias ecológicas, adoptar as fraldas descartáveis que facilitam muito a vida dos novos pais.

O copo menstrual encontrei em 2012, e comprei sem hesitar. Na verdade, é uma ideia revolucionária, super ecológico, mas exige alguma dedicação. Nunca me empenhei muito, e acabei por o pôr de lado, convencida que devia ter comprado outro modelo que funcionasse melhor comigo. 

Depois de tanto feedback positivo sobre esta invenção, e depois deste serão eco-lógico, prometi a mim mesma que não seria aceitável continuar a negligênciar estas duas invenções, e que tanto contribuírem para o meu lixo.

Outra coisa fenomenal que descobri nesta noite, foi o EcoBook. Trata-se de um caderno, de folhas brancas (mesmo material que os quadros brancos), onde podemos escrever com caneta própria e apagar quantas vezes quisermos. Com tamanhos A4 e A5, agendas, e até cadernos personalizados, o conceito é comprar uma vez e usar para sempre. 

É tão importante e enriquecedor partilhar as nossas experiências, sentir que não estamos sós nesta demanda. Afinal as insignificantes acções, que achamos serem insuficientes, são gigantescas e estão a influenciar mentalidades….

Mudancas

Fazer uma mudança éoptima oportunidade para destranlhar e começar do zero, mas inevitavelmente é sempre uma dor cabeça. Em todas minhas mudanças, o processo de encaixotar começa super organizado, mas acabo sempre com um ou mais caixotes com categoria “Outros”, com as coisas sem destino.

Desta vez prometi a mim mesma que seria diferente, mudar apenas o que interessa, do que precisamos mesmo. 

Dar, vender o que ficar para trás, e ao contrário de todas as outras mudanças de casa, não adquirir mais nada! Grande desafio.

Quando vamos para uma para casa nova temos impulso consumista de comprar coisas novas, que se adequam ao novo espaço, a decoração. Desta vez estou fazer exactamente o contrário, deixar que o espaço e a vivência me digam o que preciso, sem impulsos.

Do quarto das crianças apenas trouxemos as camas, e uma mala com roupa. Tudo o resto ficou como estava. Queria perceber o que sentiam falta, o que realmente precisam. 

Ficou claro que não precisam de um quarto atolado em brinquedos, que não brincam com maior parte das coisas. Ao longo deste mês, fomos trazendo coisas que nos pediam….livros, carrinhos, casa bonecas da Lego, leitor cd’s e pouco mais. Percebo que estão felizes nos seus quartos com espaço, que não sentem falta de tudo o resto que ficou para trás.

E como tornar uma mudança mais ecologica? 


Descobrimos uma empresa que aluga caixas de transporte rentabox. O conceito é simples, alugamos a quantidade de caixas, que pelo tempo que vamos precisar. 



Descobri imensas vantagens neste método:

– não precisei adquirir caixas cartão, que são deitadas fora depois da mudança

– ter de devolver as caixas obrigou-me a desempacotar todas as caixas, e consegui evitar o que acontece sempre: há sempre um resistente caixote que fica no fundo da garagem, mudança após mudança, e nunca é desempacotado!


Embrulhei as peças mais frágeis nas toalhas, lençóis, para evitar os papéis, ou as películas aderentes, e não se partiu nada.

Conseguimos não produzir lixo nesta mudança, e apesar da casa nova ainda não estar terminada, estamos a gostar desta nova fase. 

Por favor….beba água, pela sua saúde!

Começou com um sonho, que se tornou mais real, quando oiço anúncio da LUSO quando ia a caminho trabalho.
Não questiono as intenções desta marca, que tal como todas as outras têm um compromisso com os seus accionistas, mas realmente não consigo encaixar uma garrafas de água de plástico com o slogan: “Compromisso com o ambiente, e preocupação com gerações futuras!

Voltando ao meu sonho, estava a fotografar uma gracinha do meu filho mais novo, mas quando olhava para o ecran, apenas via garrafas de água de plástico! É um sonho, mas no fundo retrata bem a nossa realidade.
Uma banal garrafa de água, um objecto do quotidiano, criado para as necessidades pontuais de ter acesso a água de forma rápida e eficaz, tornou-se numa epidemia que com proporções catastróficas.

De uma necessidade pontual, passou para uma utilização constante e diária… muitas pessoas só bebem água engarrafada, sem pensarem nos impactos ambientais e para a sua saúde.

Discutem-se os benefícios de beber água, e noutro forum os impactos do plástico no nosso ambiente mas, e os componentes tóxicos das garrafas de plástico?

Não é linear que a qualidade da água, que fica dentro de um recipiente plástico, sujeita muitas vezes a altas temperaturas nos armazéns até chegar ao consumir final, seja o melhor para nossa saúde. 

Muitos ainda argumentam que reciclam… mas valerá mesmo a pena gastarem recursos a reciclar um objecto que simplesmente poderia deixar de ser usado?

Esta imagem foi encontrada na internet

Ainda há muitas garrafas que não encontram o seu destino num centro reciclagem, e devem ser o objecto mais encontrado nas praias, rios e no mar. O material das garrafas é resistente, não se decompõem. Resiste, e separa-se em pequenos fragmentos que entram na cadeia alimentar das mais pequenas criaturas….

Vejam bem quantas garrafas a Ana, da Plasticus Maritimus conseguiu recolher num só dia, numa praia! 

E afinal será assim tao difícil dar volta ao problema? NÃO. Basta consciencializarmo-nos do problema, recusar e arranjar alternativas básicas com:

 1. Passar a andar com uma garrafa para ir enchendo de água.

2. Num restaurante, uma boa ideia é pedir um jarro com água torneira, mas pedir para nos facturar uma garrafa de água, de forma a que o estabelecimento não fique prejudicado.

3. Escolher sempre o vidro, nas escolha de embalagens.

Tenho esperanças que daqui muito poucos anos, o uso de garrafas de água de plástico seja tão marginalizada e desadequada,  e que imagens como estas pertençam ao passado 


Que Trump(a)!

Este primeiro mês 2017 foi uma desgraça! O meu agregado contabilizou 15 idas ao hospital, o meu ansiado fim de semana de escape, foi trocado por tarefas de enfermeira, e não consegui calçar os tennis um único dia! 

O que vale é que tenho capacidade de ver o lado positivo: eu tenho um fantástico mês de Fevereiro à porta, e tenho um presidente do qual muito me orgulho, que constrói pontes e não muros.

Apesar dos sinais alarmantes das políticas americanas, e no retrocesso nas medidas ambientais, continuo a acreditar que o mundo é das pessoas, e se cada um conseguir viver da forma mais sustentável, alguma diferença fará.

Constantemente “tropeço” em iniciativas, em projectos, e mudanças comportamentos que me fazem acreditar que estamos num bom rumo. 

Tenho uma marido, cuja actividade profissional obriga a muitas, e longas ausências.  Desta vez trouxe-me um presente….Uma Bracenet!


“Your Bracenet is more than a bracelet, it is a personal and unique statement for protection of our oceans. Because every Bracenet means a piece of ghost net less. With this little accessory you will make a substantial contribution helping turn our oceans back into a paradise as they once were.”

É uma pulseira cujo material foi recolhido do mar. Ao retirar estes bocados de redes e lixo marinho, podemos salvar os nossos oceanos e espécies que lá vivem! Cada pulseira vem numa bolsa, com etiqueta indicando em que oceano foi resgatada, mês e ano. 

Achei super interessante o projecto, e como há pessoas que vêem uma oportunidade de negócio, em recolher as perigosas redes fantasmas, e fazer bijuteria. 

Um dos meus desafios,  para 2017, será que pelo menos 1 fim-de-semana por mês, seja dedicado a recolha de lixo, numa praia ou noutro sítio qualquer. 

E vocês já têm algum desafio ambiental? 

A melhor troca de presentes

Não sei se concordam, mas para mim não há nada como um bom livro. Aqueles que nos levam a sonhar acordados, a contar os minutos em que poderemos voltar a navegar nas suas páginas, aqueles que vamos vendo a contra capa a aproximar-se e não queremos que nunca mais acabe.

Por motivos de comodidade tenho aderido aos livros em formato digital, uma vez que permite partilhar livros com meu marido, que viaja muito e que adora ler, mas não há nada melhor do que folhear o papel.

O Natal aproxima-se e as tradições dos jantares com trocas de presentes também. É sempre uma dificuldade ter de comprar um presente  para alguém que, muitas vezes conhecemos mal.


A ideia foi de um amigo, adepto desta onda ecologica, que propôs que no nosso jantar de Natal cada um levasse um livro que tivéssemos em casa e quiséssemos partilhar.

Estou fascinada com ideia de presentear um amigo com um dos meus livros preferidos, e entusiasmada em ver qual vou receber.

Boas leituras, 

O nosso Advento

Há muitos anos que os presentes de Natal, são feitos por mim, alguns sucessos e outros fracassos, mas o que realmente interessa é a energia e dedicação que dei a cada presente. Adoro os preparativos, de pensar a quem vou dar presente, no que vou fazer, e nos materiais que vou usar. 

No ano passado os serões com amigas foram muito produtivos, mas este ano, consegui fazer o calendario do advento que já estava pendente há muito tempo.


Recolhemos retalhos tecidos e fizemos várias bolsas onde depois foram colocadas as missões para cada dia. Quis oferecer experiências, e fugir as guloseimas, e estas foram algumas das escolas cá de casa:
– escolher jantar, escolher história, panquecas para pequeno-almoço, sessão cinema cá em casa, deitar mais tarde, ir comer castanhas assadas. Por influência de uma amiga que fez o mesmo, acrescentei ir limpar a praia, escolher brinquedos para dar a quem precisa. 

Tem sido uma excitação descobrir a missão do dia. 


O dia de recolha de lixo foi no passado domingo, um perfeito dia de sol e calor. Os miúdos motivados em limpar o areal, puseram logo mãos à obra, e num piscar de olhos enchemos saco com restos artes pesca, paus de cotonetes, palhinhas, tampas garrafas de água, sacos de plastico, e algumas garrafas. Ficou uma fantástica sensação de missão cumprida, e sem duvida vou replicar este papelinho para outro dia de sol.


Em relação a presentes, este ano, em vez de oferecer um presente cada sobrinho (tenho 10, com idades entre 1 e os 10 anos!) optei por oferecer um jogo para jogarem em família. Existem imensas opções que permitem abranger todas as idades, e garantem óptimos serões em família.i

Existem muitas opções ecológicas desde bolachas, compotas, sal aromatizado, azeite temperado, vaso com planta aromática, etc., mas o que interessa é pensar na pessoa que estamos presentear, dedicar tempo e energia, agradecer por essa pessoa fazer parte da nossa vida. 

Acordo Paris já chegou às nossas casas

Foi a Rita que lançou ideia, fazer lá em casa o nosso Acordo de Paris. Achei ideia genial, e comecei logo a falar com as crianças sobre o assunto.

A Leonor que agora, se lançou no mundo das letras, começou logo a escrever as ideias que surgiam. Salvador ocupou-se da importante tarefa de desenhar os peixes de um oceano imaginário.


Muitas ideias foram surgindo, e consegui que Salvador esquecesse a regra de não morder, não bater e por dedo no ar, fazendo-o perceber que são regras importantes, mas que existiam outras relacionadas com o ambiente, que eram fundamentais constarem neste nosso acordo. Assim conduzi-os a perceberem que as nossas acções poderiam ter de facto impacto no ambiente, e que pequenas acções do dia a dia fariam toda a diferença.

O nosso acordo….

1- não comprar produtos embalados

2-apagar luzes

3-comer tudo

4-ir mercado

5-poupar água (já guardamos água que corre até aquecer, e usamos regar plantas, limpar chão, etc. São cerca de 5lts por banho!)

6-fazer presentes

7-levar caixas ovos (ou seja reutilizar embalagens) 


Como as crianças participaram, estes dias deixei de pedir, implorar e ordenar (não necessariamente por esta ordem!) que apagassem as luzes, ou que comessem tudo o que estava na prato. Foram eles que, voluntariamente fizeram essas coisas porque foi o acordado, e porque perceberam o significado isso tem. 

Pode o Trump acreditar que o conceito do aquecimento global foi inventado para afectar a indústria americana, mas se cada americano (ou pelo menos os que não votaram nele) fizerem algumas destas medidas, alguma diferença fará.

Terminamos o fim-de-semana a rever o programa da Linha da Frente “Atolados no Plástico“, e apesar das alarmantes imagens, da realidade da nossa costa, consigo ver o lado positivo: há pessoas e associações que se preocupam, que trabalham para a mudança, e tenho esperança que muitas pessoas que viram programa tenham noção do impacto que nossas acções têm no meio ambiente. 

Desafio-vos a fazerem e implementem o vosso próprio acordo, a partilharem e laçarem o desafio as escolas vossos filhos.

Este foi o resultado em casa da Rita:


Be the change 😉 

Cosméticos homemade 

Tenho vindo a explorar muitas receitas para conseguir depender cada vez menos de produtos embalados. Alguns são um sucesso, como a pasta dentes ou manteiga amendoim, mas outros têm que ser melhorados. 

O mais incrível é a simplicidade destas receitas, com apenas alguns ingredientes naturais conseguimos fazer um desodorizante ou detergente da roupa, sem químicos, sem embalagens e muito mais baratos.

Aqui deixo algumas receitas para que possam experimentar, adaptar e dar o vosso feedback!


Pasta Dentes (sem flúor)

Juntar todos os ingredientes, misturando bem. Caso a pasta dentes fique muito sólida, não junte água, mas aqueça frasco por uns segundos, que será suficiente para voltar a consistência desejada. 

Os meus filhos são fans, apesar do sabor salgado que contraste com as convencionais pastas dentes infantis, contudo não a podem usar todos os dias devido falta de flúor, essencial nesta fase de crescimento.

Desodorizante creme

Adoro esta receita, mas tem alguns inconvenientes, como a alteração do óleo de coco consoante a temperatura ambiente. Nos dias mais quentes fica completamente líquido, dificultando a aplicação.



Desodorizante spray

É uma óptima alternativa à receita anterior, com a versatilidade que uma embalagem de spray permite. O meu único obstáculo foi encontrar um recipiente que funcionasse adequadamente.

Os ingredientes menos familiares sal rosa himalayas e farinha araruta consegui encontrar na Maria Granel, com vantagem de comprar a quantidade que preciso, e levar minha própria embalagem.

Estes desodorizantes não contém alumínio que, de acordo com muitos estudos está associado a doenças como cancro. Os ingredientes permitem um equilíbrio do PH da pele, evitando o odor do suor, mas não inibem a transpiração. 

Boas alquimias….

Há quem não perceba como é urgente mudar

Infelizmente hoje tive uma experiência, que me fez lembrar, que apesar dos muitos sinais positivos de mudança e preocupação pelo nosso ambiente, ainda há muitas pessoas que não perceberam como é importante mudar.

Tudo começou porque preciso ser mais organizada, ter rotinas que facilitem a gestão da casa, e principalmente se quero reduzir a quantidade lixo cá de casa, tenho que evitar ao máximo as compras à última hora, a arrastar 3 crianças exaustas por um minimercado, depois de um comprido dia de escola.

Resolvi fazer compras do mês, da forma mais cômoda é fácil que existe, através do Continente Online. Num serão enchi um virtual carrinho de supermercado e, para evitar os custos de entrega, optei pelo levantamento das compras no supermercado.

Já tinha usado este serviço, na altura reclamei pela quantidade dos sacos de plástico que me foram entregues, mas hoje fiquei completamente transtornada, em 23 artigos recebi 18 sacos de plástico! 


O cúmulo foi receber um chocolate isolado num saco, um pacote de tofu noutro saco, e os 4 frascos de polpa de tomate cuidadosamente envolvidos, cada um no seu saco plástico com fita cola, impossibilitando a sua reutilização.


Fiquei triste porque uma das maiores cadeias de distribuição do nosso país, podia ter esta consciência, podia cobrar pelo saco plástico não porque a lei o exige, mas porque quem gere essa casa, percebe que é importante reduzir o número de sacos de plástico e os impactos que isso tem no nosso ambiente.

O mais irónico desta situação é que se as compras fossem entregues ao cliente numa caixa cartão, seria possível evitar que 3 pacotes de massa se tivessem rasgados e entornado.

Reclamei por escrito na loja e no site, porque aprendi que consumidor tem muito poder, e se não nós fizermos ouvir, isto nunca mais vai mudar …. Be the Change!